Espanhóis e portugueses. Todos daquela tal Penísula Ibérica. Acordos, tratados e ganância. Por que não pluralizamos o último adjetivo também? Terra da América rica, mas submissa. Encontraram-nos num acidente, contudo esqueceram que o mesmo foi um genuíno incidente. Caravelas aproximam-se do verde paraíso, tornando-nos um modesto pretexto do comercialismo e embrutecidos pelo voraz mercantilismo.
Um povo, uma alma, uma história tudo é devastado. Navegantes, clérigos e indígenas todos se encontram no local mais temerário que existe, o prostíbulo. Um local no meio de nossa mata virgem, fazendo com que a pureza da Terra dos Papagaios fosse comprometida.
O ouro é gente. Gentis, cargas da gente. Devastação e escravidão por toda a imensidão deste lugar que amarga uma geográfica solidão. Tranqüilidade e obscuridade retratam a verdade do continente. Um real antagonismo. Divisão e expulsão afligem, respectivamente, o espaço e o verdadeiro povo de nossas terras. Pobres negros que muitos se perderam pelo insaciável mar do Atlântico. Que a Morte vos acompanhe!
Dessa subordinação veio nossa Confederação, originando a mais pedinte Nação. Nem nos chamam mais de animais, pois nós somos agora Brasil e não Papagaios. Entretanto, a humilhação e a ardente verdade do passado glorioso ainda nos angustiam. Temos que ter o orgulho em dizer que fomos procriados por prostitutas europeias, indígenas, navegantes e até padres que o fado me tornou um. Todavia, este mesmo companheiro de minha vida não limitou os meus desejos por uma bela mestiça, fazendo-me reviver o nosso incrível passado histórico tampouco heróico.
Obrigado, Tainã. Vindo de você sei que tem a sua doçura e sinceridade aí.
ResponderExcluirAdoro teu blog garoto, tua escrita é invejavel tu tem talento de sobra!
ResponderExcluirCara, na boa, que blog foda! O layout é incrível e a escrita, fascinante. Intensa, lírica, transbordante.
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