terça-feira, 4 de janeiro de 2011

João e o Fado no sertão.

De escrita objetiva e dessacralizadora tua linguagem vence o trivial. O genial é ser racional. Inspiração para os concretistas. Um vasto em poesia e contemporâneo com maestria. João é assim. É humano sim. João é mais um Severino como outros tantos por aí. Ele encanta. Desencanta também. Considera-nos objeto de nosso destino. Este, fiel cretino, Severino me tornou. Fez-me acreditar no princípio do tal Determinismo. Embruteceu-nos em vermes condicionados a lutar contra a infeliz Seca de nosso sertão que só de pensar me arde a alma. João foi um nordestino comum e mostrou-nos que o simples é surrealizar para sermos um complexo objeto. O simples transforma-se em complexidade sociológica. A utopia se perde na persistência de seu eu-lírico em viver com menos sofrimentos. Maltrata e mata o seu personagem principal de sua poesia quando o infeliz se apaixona. João tornou seres objetos. Objetos em sonhos. O homem encontra-se preso num sonho de viver? Como poeta também nos apresentou a Vida desfiando nossos fios vagarosamente como se fossem as três Parcas, filhas de Júpiter, que limitam o nosso viver, a nossa luta. Contudo, ainda assim, não há nada melhor que uma explosão de vida Severina que João apreciou tão bem como outros desta terra nordestina. Terra de selvagem caatinga.

6 comentários:

  1. Cara, você escreve muito bem! Seguindo-te.

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  2. "O homem encontra-se preso num sonho de viver?"Sobreviver às vezes é o que fazemos.Penso que hoje em dia devemos acrescentar momentos de vida em nossos dias..
    ps.bonito texto!estou te seguindo. =)

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  3. "Maltrata e mata o personagem principal de sua poesia quando o infeliz se apaixona. João tornou seres objetos. Objetos em sonhos."

    Acho que essa citação é suficiente para fazer do meu pasmo silêncio o meu melhor comentário.

    Um escritor fenomenal.

    Excelente textos, Ed.

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  4. realmente não tenho palavras pra comentar teu blog. Só digo: belíssimo texto.

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